04 Canto de improviso Alícia Luciano Geraldo, Nova Jerusalém, T.I. Évare II, 24/06/2004

Magüta arü wiyaegü – Cantos Tikuna – CD1 – Faixa 04

Desde os cantos de origem, ligados ao tempo dos imortais (ü-üne), até os contemporâneos, encontramos a referência a Éware e (CD1: 2, 4 e 10; CD2: 4 e 6), o território sagrado onde os Tikuna foram pescados por Yoi, o principal herói mítico do povo. Em meio a suas peripécias com seu irmão Ipi, Yoi resolve pescar peixes que mais tarde virariam gente. Após tentar com várias iscas, experimenta com macaxeira e finalmente consegue pescar aquele que seria o seu povo, os Tikuna. A narrativa que conta a história da menina Worecü, origem da Festa da Moça Nova, faz parte também das histórias de fundação do mundo.
A Festa da Moça Nova começa logo ao amanhecer, quando o som dos tutus (pequenos tambores com pele bem esticada) vai tomando conta da aldeia, e os tocadores vão caminhando em círculos ou em forma de oito dentro da Casa de Festa (to õ tchine ri tchöegune) (CD1: 2).


Quando registramos o que os moradores da aldeia Nova Jerusalém, T.I. Évare II, chamaram de “apresentação” da Festa da Moça Nova, dentre os primeiros cantos registrados, estavam os de improviso, alguns comentando sobre nossa vinda, outros sobre quem eram, a que clã e a que povo pertenciam, de quem era aquele território em que estávamos, de que aquela era sua cultura (CD1: 4, 6 e 7).


Que tipo de música produz um povo indígena com dezenas de milhares de pessoas, habitante de uma região de trocas culturais seculares e cuja história de contato com o homem “branco” remonta ao século XVIII? É claro que essa música será tão diversa e complexa quanto a própria sociedade que a produz. Este disco apresenta apenas uma pequena mas representativa amostra do rico universo musical tikuna, no qual cantigas muito antigas convivem, e às vezes se misturam, com músicas tocadas em instrumentos eletrônicos, comuns nas margens do rio Solimões.

Tipo: Músicas

Formato: Áudio e Músicas

Localização: Sala 1 - O Povo Ticuna

Onde estamos

Dias e horários de funcionamento:
Segunda à sexta, das 9h às 17h; sábados das 9h às 12h.
Telefone: (97) 98421-0059
Endereço: Av. Castelo Branco, 396 - Centro,
Benjamin Constant - AM, 69630-000

Situado a 1.200 km de Manaus, o Museu Magüta está localizado na cidade de Benjamin Constant (AM), ponto de acesso às 15 terras indígenas, todas demarcadas e regularizadas, habitadas pelos Ticuna.

O museu funciona como centro de referência para seu povo, cuja população está em torno dos 47 mil indígenas, sendo a maior população indígena do Brasil, distribuída nos nove municípios da microrregião do Alto Solimões, além do médio Solimões e na cidade de Manaus. Sua população também está presente em comunidades na Colômbia e no Peru.

Como
chegar

Por Manaus – Vôos regulares para Manaus fornecidos pelas principais companhias áreas. De lá pegue uma barco no porto de Manaus com destino para Benjamin Constant (MA) de lá teremos o prazer de conduzir até nosso museu

Por Tabatinga – Vôos especiais saindo do Rio de Janeiro. De lá pegue uma barco no porto de Tabatinga com destino para Benjamin Constant (MA) de lá teremos o prazer de conduzir até nosso museu.